O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em alta as perspetivas de crescimento económico para a América Latina em 2016 e 2017.
No relatório publicado em Julho de 2016, o FMI prevê que uma saída do Reino do Unido da União Europeia possa custar ao Mundo um décimo do seu aumento de riqueza mas, ainda assim, a América Latina poderá voltar a crescer já em 2017, a uma taxa de 1,6%. Segundo o organismo, a contração média prevista para a região, no ano corrente, é de 0.4%, contrariamente aos 0,5% estimados anteriormente.
As perspetivas mais otimistas que o FMI apresenta estão maioritariamente relacionadas com a recuperação da economia brasileira, cujos números poderão aumentar em cinco décimas. Os valores revistos dizem-nos que a evolução económica no Brasil vai ser de -3.3% em 2016, mas de 0.5% em 2017.
Também o México espera um crescimento de 2.5%, mais uma décima do que o expectado há três meses. Para o próximo ano as perspectivas mantém-se nos 2.6%.
No relatório, o FMI mostra-se preocupado com as questões relacionadas com as alterações climáticas e com fenómenos naturais, como o vírus zika, e com as consequências que os mesmos poderão trazer a toda a América Latina e Caraíbas.
Embora a região não seja directamente afectada pela “Brexit”, o FMI declara que “o resultado obtido na votação no Reino Unido surpreendeu os mercados financeiros mundiais e por isso existe um enorme risco de queda para a economia global.”
O FMI alerta igualmente para o facto dos efeitos do “Brexit” poderem revelar-se mais negativos do que o descriminado no relatório, pois a incerteza que advém da situação no Reino Unido torna muito mais difíceis as previsões macro-económicas.
Em relação à China, o Fundo estimado que vai aumentar o crescimento em 2016, alcançando os 6.6.%, e para 2017 mantém-se a anterior previsão de 6.2%.
Na zona Euro, o crescimento deverá aumentar uma décima em 2016 mas reduzir duas em 2017. Concretamente, em Espanha – que deverá crescer este ano cerca de 2.6%, ainda sem sentir os efeitos do “Brexit” – o FMI já nos diz que o crescimento de 2017 não deverá ultrapassar os 2.1%, menos duas décimas do que o previsto anteriormente.
Num contexto mais geral, o Fundo reduziu o crescimento da economia mundial para os 3.1% e 3.4%, respetivamente para estes dois anos, apesar dos resultados obtidos no primeiro trimestre terem sido melhores do que o esperado.