O Banco Mundial defende que, por forma a fazer face à redução dos preços das matérias-primas e ao nulo crescimento económico, os países latino-americanos devem reajustar as suas contas externas e reduzir os gastos internos.
Este é o quarto ano de desaceleração económica na América Latina e não se prevê crescimento em 2015, de acordo com Augusto de la Torre, economista chefe do Banco Mundial para a América Latina.
A agência Fitch Ratings advertiu, em setembro, que a desaceleração do crescimento da China e a debilidade dos preços das matérias-primas representam desafios adicionais aos exportadores da América Latina, colocando à prova as suas defesas externas e fiscais. Em consonância com esta perspetiva, De la Torre, afirma que os países latino-americanos enfrentam desafios diferenciados, mas o comum é evitar uma contração económica e a aceleração da inflação.
Em declarações à Agência Reuters, De la Torre afirma que ‘’uma desaceleração económica é impossível evitar […] mas o que se pretende evitar é que esta seja socialmente excessiva’’.
O economista chefe do Banco Mundial acredita que a região latino-americana está mais bem preparada que no passado para lidar com a redução da procura dos seus produtos, em especial por ter conseguido acumular reservas internacionais e ter sido capaz de atrair investimento estrangeiro significativo.
Na próxima semana, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) irão apresentar em Lima, Peru, um novo relatório sobre as perspetivas para a economia global. Recorde-se que em Junho o Banco Mundial diminuiu a previsão do crescimento mundial para 2.8% este ano.