
IPDAL propõe caminhos para lidar com a crise social e económica provocada pelo Covid-19 na região.
Durante a conferência digital, organizada pelo Instituto, foi proposto o estabelecimento de um pacto regional, baseado na competitividade, na produtividade e na resiliência dos Estados e instituições. Para José Antonio García Belaunde, Diretor da CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina na Europa e antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros do Peru, a educação e a inovação são os pilares nos quais se baseia esta estratégia coletiva, que pretende responder ao profundo impacto da pandemia nos países latino-americanos.
O ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Jorge Faurie, destacou que o coronavírus atingiu o sub-continente num momento especialmente complexo e que os países não conseguiram dar uma resposta global e concertada, através dos seus organismos multilaterais.
Também segundo o Presidente do IPDAL, a saída desta crise não será igual para todos os países da região. Paulo Neves reforçou a necessidade de a América Latina avançar, em definitivo, para um modelo de integração que responda aos problemas regionais com soluções regionais. Considerando que tudo aponta para uma inevitável ajuda financeira de instituições internacionais, o dirigente do IPDAL afirmou que, para os governos latino-americanos, a solução poderá passar pelo investimento público em portos, aeroportos, estradas, o que poderá ser também uma boa oportunidade para as empresas portuguesas.
No encontro, realizado dia 11 Maio 2020, participaram ainda Carlos Malamud, investigador principal do Real Instituto Elcano, e Andrés Rondón, assessor especial da SEGIB. Os oradores deixaram um apelo para que as economias latino-americanas façam reformas estruturais de modo a transformarem a matriz extrativa das suas economias, sobretudo num ordenamento global em que se espera um aumento da competição entre China e Estados Unidos. Ao mesmo tempo, foi explicado que a hipótese de colocação de dívida nos mercados acarreta vários problemas para a América Latina, visto que os Bancos Centrais da região não têm a mesma capacidade para reduzir as taxas de juro como economias mais sólidas, como os Estados Unidos da América, que, em média, pagaria menos 7,5% que os países latino-americanos.
O encontro concluiu ainda que o cenário pós-Covid–19 será heterogéneo na América Latina, refletindo as condições políticas e económicas em cada Estado já se encontrava quando foi atingido pela doença.
Pode ainda consultar, seguindo as ligações em baixo, as informações da Secretaria-Geral Ibero-americana sobre a resposta à pandemia:
1.- Mapa de Políticas Públicas
2.- Monitor iberoamericano COVID-19:
https://datastudio.google.com/s/se0W9JJq_KE
3.- Gráfico contágios/mortes na região
4.- Comparativo curvas América Latina: