Updated: Nov 5, 2020
Na iniciativa, organizada pelo IPDAL nos dias 21 e 23 de Julho, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil defendeu a criação de um quadro de relações internacionais baseado num sistema multilateral de nações, em oposição a um multilateralismo ideológico e acrítico. Ernesto Araújo argumentou ainda contra a lógica de “soluções globais para problemas globais”, no sentido em que cada Estado deve ter a legitimidade para tomar as suas próprias decisões sem a arbitragem de instituições supra-nacionais que não representam a vontade dos povos.
O Vice-Presidente de Angola, Bornito de Sousa, propôs mais parcerias de África com a América Latina, em particular no âmbito dos esforços de diversificação económica em curso nos dois continentes e que poderão funcionar como garante da recuperação no pós-covid.
Antonio Rivas Palacios, Ministro das Relações Exteriores do Paraguai, aproveitou a iniciativa do IPDAL para anunciar o pedido de admissão como Estado Observador Associado da CPLP, apresentado pelo seu país, bem como para lançar mais um apelo à conclusão das negociações do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros Português garantiu que, apesar da gravidade da crise económica na América Latina, a região continuará a fazer parte das apostas diplomáticas nacionais, onde também África manterá uma posição destacada.
Já o responsável da política exterior angolana, Téte António, destacou a componente internacional dos planos de transformação industrial preparados pelo governo de Luanda, como forma de apoiar a inserção do país nas cadeias de valor globais e, por esta via, alavancar o seu posicionamento sub-regional, continental e global, nomeadamente no âmbito das relações com a Europa e a América Latina.
A Secretária-Geral Iberoamericana Rebeca Grynspan apresentou um conjunto de propostas para, utilizando os instrumentos de cooperação que existem entre Espanha e Portugal e a América Latina, apoiar a recuperação da região latino-americana.
A Secretária-Executiva da CEPAL deixou claro que os países da América Latina enfrentam mais uma década perdida, em função da gravidade da crise económica e sanitária que enfrentam, analisando o contexto económico regional aquando da chegada da pandemia e lançando recomendações de reformas para os Estados e as empresas.
A Comissária da União Africana para a Economia Rural e Agricultura colocou em contexto as várias crises económicas que o continente atravessou nas últimas décadas para explicar de que maneira a construção de uma indústria agropecuária competitiva faz parte estruturante da Agenda 2063 da U.A.
Participaram ainda na iniciativa a CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, as principais instituições financeiras multilaterais da América Latina, tal como o Secretário-Executivo da CPLP, o Diretor-Executivo da Fundação EU-LAC, o Vice-Presidente da CESO, o reitor da Universidade Europeia, a Diretora em Portugal da Organização dos Estados Iberoamericanos, a Caixa Geral de Depóistos, o Real Instituto Elcano, a Fundação Euro-América, o Policy Center for the New South, o ex-Secretário-Geral Iberoamericano Enrique Iglesias, a ex-Ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina e Chefe de Gabinete do Secretário-Geral da ONU Ban Ki-Moon, Susana Malcorra, o ex-Ministro das Relações Exteriores do Peru, Manuel Rodríguez Cuadros, e o ex-Secretário de Estado dos Assuntos Europeus de Portugal, Francisco Seixas da Costa.