
A África subsaariana deverá registar um crescimento do PIB de 2,7% em 2021 e de 3,3% em 2022.
A acompanhar esta tendência, todos os PALOP deverão regressar ao crescimento económico este ano, depois de uma recessão de 3,7% em 2020.
Os dados foram apresentados pelo Banco Mundial no relatório sobre Perspetivas Económicas Globais.

Gráfico 1. Crescimento do PIB (Fonte: World Bank)
No documento, é possível ler que os países da região mais atingidos pela pandemia foram aqueles que tiveram mais casos de COVID-19, aqueles que são exportadores de petróleo e os que mais dependem da atividade turística.
Assim, Angola, que se encontra em processo de reestruturação da sua dívida pública, deverá crescer 0,9% este ano e 3,5% em 2022, após três anos de recessão, tendo sido mais afetado, segundo o documento, pelas quebras na exportação de petróleo e pela inflação elevada, em resposta a uma moeda mais fraca e à pressão nos preços dos alimentos.

Gráfico 2. Inflação em vários países da região (Fonte: World Bank)
AGO = Angola; GHA = Ghana; ZAF = África do Sul; NGA = Nigéria; ETH = Etiópia; ZWE = Zimbabwe
No caso de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, países afetados essencialmente pela quebra no setor do turismo, as perspetivas são também de crescimento. No primeiro caso, prevê-se uma recuperação de 5,5% este ano e de 6% em 2021, depois de uma recessão de 11% em 2020. Já no arquipélago da África Central, a expansão será de 3% em 2021 e de 5,5% em 2022, após uma queda de 6,5% no ano passado.

Gráfico 3. Chegadas de Turismo internacional na região (Fonte: World Bank)
Já a Guiné-Bissau e Moçambique deverão crescer 3% em 2021 e 4% em 2022, após uma contração de 2,4% em e 0,8%, respetivamente.
Apesar das previsões de crescimento para a África subsaariana, “os padrões de vida provavelmente retrocederão uma década e dezenas de milhões de pessoas na região poderão ser arrastadas para a pobreza extrema cumulativamente em 2020-21”.
O Banco Mundial alerta ainda que uma recuperação abaixo do expectável “poderia ser o resultado de efeitos adversos persistentes da pandemia ou da distribuição morosa de vacinas, especialmente se combinadas com um aumento de novos casos domésticos”. Novas ondas de infeção em parceiros comerciais não regionais também colocariam em causa o crescimento no que diz respeito a uma queda da procura e redução do investimento.
Fonte da imagem: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-aerea-de-edificios-proximos-a-costa-2767923